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segunda-feira, 4 de abril de 2011


Custos da Obesidade no Brasil e no Mundo



Dra. Maria Edna de Melo - ABESO

A crescente prevalência da obesidade no Brasil e no mundo determina elevação da morbimortalidade nos pacientes e,consequentemente, maiores custos diretos e indiretos. A avaliação desses custos engloba aspectos tanto diretamente relacionados aos serviços de saúde como aos outros setores da sociedade (cuidados preventivos, consultas médicas, consumo de medicamentos, internação hospitalar, exames diagnósticos e cirurgias), e aqueles indiretamente relacionados e que dizem respeito ao impacto sobre a qualidade de vida e a produtividade (presenteísmo e absenteísmo, morbidades associadas, tempo de lazer perdido e mortalidade). Todos esses fatores têm consequências econômicas relevantes, daí a obesidade ser um importante problema de saúde pública com forte impacto na economia de um país. As estimativas de custos diretos para o sistema de saúde no Brasil atribuídas ao excesso de peso e às doenças a ele associadas são semelhantes aos valores observados em países desenvolvidos.

Custos da Obesidade no Mundo


 A obesidade leva a um aumento substancial na utilização dos recursos de saúde com elevados custos econômicos, uma vez que contribui para a carga global de doenças crônicas e incapacidade. Os custos da obesidade e suas consequências negativas para a saúde foram estimados entre 0,7% a 7,0% dos gastos nacionais com saúde em todo o mundo.

Os custos relacionados à obesidade podem chegar a 7,0% do gasto nacional com saúde.

Na China, entre os anos de 2002 e 2003, o custo médico direto das doenças crônicas atribuíveis ao sobrepeso e à obesidade (hipertensão, diabetes tipo 2, doença coronariana e acidente vascular cerebral) foi estimado em 21,11 bilhões de yuans (cerca de 2,74 milhões de dólares), representando 5,5% do total dos custos médicos para as quatro doenças crônicas ou 3,7% do total nacional de despesas médicas.
Um estudo australiano avaliou os custos de cuidados de saúde, comparando os custos mencionados com o Índice de Massa Corporal (IMC) classificado como normal, sobrepeso e obeso, em cinco anos. Ficou demonstrado que o custo total anual por pessoa acima dos 25 anos e com IMC normal foi de 1.472 dólares; já o custo com os indivíduos classificados como obesos foi de 2.788 dólares. Em 2005, o custo direto total para os australianos com idade acima de 30 anos foi de 6,5 bilhões de dólares para os classificados com sobrepeso, e 14,5 bilhões de dólares para os obesos. Os custos adicionais diretos anuais devido ao sobrepeso e à obesidade ficaram em torno de 10,7 bilhões de dólares.
Nos EUA, de acordo com um estudo dos custos nacionais atribuídos ao sobrepeso e à obesidade, as despesas médicas relativas a esses agravos foram responsáveis por 9,1% do total de todas as despesas médicas para o ano de 1998, chegando a 92,6 milhões de dólares em 2002. Os gastos com obesos mórbidos são 68% maiores quando comparados com indivíduos de peso normal. Dependendo da fonte utilizada nos estudos desta metanálise, o total nacional, nos EUA, de gastos com saúde nos custos médicos diretos relacionados ao excesso de peso varia entre 5,0% a 10%.

Os gastos diretos relacionados com a obesidade representarão pelo menos um terço dos gastos com cuidados de saúde nos EUA em 2018, caso sejam mantidas as previsões no aumento da prevalência.

Custos da Obesidade no Brasil

Sichieri et al. realizaram estudo sobre os custos de hospitalização relativos ao sobrepeso e à obesidade e doenças associadas no Brasil referentes ao ano de 2001. Os valores foram estimados por dados das hospitalizações de homens e mulheres de 20 a 60 anos do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), indicando um total de custos equivalente a 3,02% dos custos totais de hospitalização, para os homens, e 5,83%, para as mulheres. Os resultados correspondem a 6,8% e 9,3% em relação aos demais motivos de hospitalização (excluindo as gestantes).

Custos da Obesidade na Infância e Adolescência

Os custos econômicos da obesidade nessa faixa etária são significativos, como observado em estudo de Berg et al.. Entre os anos de 1979 e 1981, o custo anual de hospitalização relacionado com a obesidade entre crianças e adolescentes foi de 35 milhões de dólares. Este custo apresentou aumento expressivo entre 1997 e 1999, passando para 127 milhões de dólares. O sobrepeso na adolescência é um poderoso preditor de efeitos adversos à saúde na vida adulta, independentemente do peso na idade adulta. Um estudo de Wang et al. projetou os impactos econômicos a longo prazo da prevenção e redução do sobrepeso e obesidade em adolescentes, por intermédio de um modelo de progressão do impacto da redução de 1 ponto percentual do IMC em adolescentes, entre 16 e 17 anos. De acordo com os resultados, essa redução no IMC de adolescentes com sobrepeso e obesidade poderia reduzir o número de adultos obesos no futuro, o que resulta em diminuição dos cuidados médicos após os 40 anos em torno de 586 milhões de dólares. Os estudos relacionados à diminuição dos custos através do tratamento da obesidade, utilizando medicamentos ou cirurgia são escassos e, em virtude da variabilidade dos mesmos, não muito conclusivos.


Nutr. Thaís B. Ibitinga

quinta-feira, 31 de março de 2011



DIA NACIONAL DA SAÚDE E NUTRIÇÃO  31/03/2011

publicado pelo CRN3 colegiado 2011-2014


No Dia Nacional da Saúde e Nutrição, que comemoramos em 31/03, propomos uma reflexão individual e coletiva sobre o que efetivamente estamos fazendo e o que poderíamos ou deveríamos fazer, enquanto profissionais da área da saúde. 

Índices cada vez mais elevados de excesso de peso e obesidade, assim como várias doenças crônicas não transmissíveis associadas, reforçam a importância de uma efetiva intervenção do nutricionista visando uma alimentação saudável e equilibrada.

Das muitas variáveis que atuam nessa realidade, a alimentação, certamente, tem papel importante e deve ser percebida como interface que afeta, em maior ou menor intensidade, a situação de saúde e nutrição da nossa população. E o desperdício é uma dessas variáveis sobre a qual podemos atuar, adotando atitudes voltadas para a promoção de ações em prol da sustentabilidade.

Condutas adotadas no cotidiano, seja no nosso ambiente de trabalho, junto à comunidade ou em outros espaços sociais, representarão significativa contribuição para a melhoria dos índices de saúde da nossa população.

E, embora neste momento, estejamos referenciando uma das datas da área da saúde, essas atitudes devem ser pensadas e trabalhadas ao longo do ano.

Nutr. Thaís B. Ibitinga

terça-feira, 29 de março de 2011


Meu filho não é mais um bebê, o que devo oferecer então para ele?


Nos primeiros anos de vida, é essencial para o crescimento e desenvolvimento da criança uma alimentação qualitativa e quantitativamente adequada, pois ela proporciona ao organismo a energia e os nutrientes necessários para o bom desempenho de suas funções e para a manutenção de um bom estado de saúde.

 As práticas alimentares são adquiridas durante toda a vida, destacando-se os primeiros anos como um período muito importante para o estabelecimento de hábitos alimentares que promovam a saúde do indivíduo.

Para as crianças pré-escolares, a alimentação deve ser capaz de suprir as demandas de macro e micronutrientes. A necessidade de maior cuidado em relação à alimentação deste grupo decorre principalmente do fato de nessa faixa etária ocorrer a incorporação de novos hábitos alimentares, implicando o conhecimento de novos sabores, texturas e cores, experiências sensoriais que influenciarão diretamente o padrão alimentar a ser adotado pelo infante.

Durante este período, a alimentação da criança pode ser a mesma da família, com algumas adaptações em relação à forma de preparo e apresentação dos alimentos de acordo com a idade.

As crianças pré-escolar apresentam maior estabilidade no crescimento, devido à diminuição da velocidade de ganho de peso e estatura, o que condiciona diminuição do apetite. Por isso, as demandas de energia e de proteínas por quilo de peso diminuem em comparação com as necessidades durante o primeiro ano de vida.

 Nesta fase, o infante está desenvolvendo sua coordenação motora, com destaque à aquisição da capacidade de se alimentar sozinho. O estabelecimento de horários regulares para as refeições e a seleção de utensílios (copos, pratos e talheres) adequados para cada idade apresentam-se como condição importante para a aceitação e experimentação dos alimentos. Os lanches, como refeições intermediárias, devem ser saudáveis, pois nesta idade os hábitos alimentares estão em formação.

O apetite da criança pré-escolar é irregular e pode variar de um dia para o outro. Assim, em um dia ela pode aceitar determinado alimento e no outro recusá-lo, atitude que pode originar ansiedade na família e nas pessoas responsáveis pelo seu cuidado.

Recomenda-se fazer a introdução de novos alimentos e preparações de forma gradual, respeitando-se os interesses da criança e auxiliando no aprendizado do consumo de uma dieta equilibrada. A criança, ao experimentar e aceitar o alimento, apresenta uma grande chance de aprová-lo e incluí-lo em seus hábitos alimentares.

 Conduzir de forma apropriada a alimentação da criança requer cuidados relacionados aos aspectos sensoriais (apresentação visual, cores, formatos atrativos), à forma de preparo dos alimentos (temperos suaves, preparações simples e alimentos básicos), às porções adequadas à capacidade gástrica restrita e ao ambiente onde serão realizadas as refeições, que são fatores a serem considerados, visando a satisfação de necessidades nutricionais, emocionais e sociais, para a promoção de uma qualidade de vida saudável. 

Apresente apenas um alimento novo a cada refeição, junto com outros alimentos habituais, assim fica mais fácil experimentar faça isso no inicio da refeição, quando a fome é maior!

A criança deve consumir a quantidade de alimento necessária para alcançar seu potencial genético de crescimento. O tamanho corporal a ser alcançado na vida adulta não é de primordial importância; entretanto, o atraso no crescimento, devido às circunstâncias nutricionais e ambientais, está associado com maiores taxas de morbidade e mortalidade, com deficiências no aprendizado e com menor capacidade física e intelectual na vida adulta.
As fases da vida pré-escolar e escolar e da adolescência são excelentes momentos para uma orientação nutricional ativa e participativa, portanto, a alimentação deve ser saudável e adequada a cada uma destas fases, respeitando-se as características individuais.

Os alimentos estão distribuídos na pirâmide em oito níveis, sugerindo a maior participação e importância dos alimentos nos grupos de base para o topo da pirâmide : cereais, pão, tubérculos, raízes ( fonte de carboidratos); frutas, verduras e legumes (fonte de vitaminas, minerais e fibras); feijões ( fonte de proteína vegetal e fibras); leite, iogurtes e queijo (fonte de proteínas, cálcio e vitaminas) e localizados no topo estão os óleos e gorduras (fonte de gordura) os açúcares e doces ( fonte de carboidrato simples). Observamos que se consumirmos todos estes alimentos diariamente nas quantias estipuladas para cada um, estaremos ingerindo todos os nutrientes que nos asseguram um vida com saúde.

É importante que seus filhos aprendam a comer de forma correta desde cedo, uma vez que os hábitos são formados na infância e geralmente se mantêm por toda a vida. Muitos fatores influenciam a alimentação infantil, mas os hábitos dos pais – seus modelos mais importantes – são determinantes. Ensinar seus filhos a ter hábitos alimentares e estilo de vida saudável irá contribuir para que eles cresçam e se desenvolvam adequadamente, tenham uma boa saúde no futuro e também poderá ajudar a prevenir ou retardar o início de doenças crônicas, como diabetes, problemas cardíacos e alguns tipos de câncer. Por isso é bom começas a comer bem desde cedo!

Vocês já devem ter ouvido falar que uma alimentação saudável é variada, balanceada e moderada. Mas o que isso quer dizer, exatamente? Significam comer diferentes tipos de alimentos todos os dias, nas quantidades certas, para receber as calorias e nutrientes indispensáveis à saúde. Para ter uma alimentação variada e garantir a saúde, é fundamental que a criança receba diariamente alimentos de todos os 8 grupos da pirâmide alimentar  esta é a melhor maneira de garantir que seu filho irá receber todos os nutrientes de que ele necessita.

 Todos os grupos da pirâmide alimentar são igualmente importantes para o desenvolvimento, crescimento e saúde das crianças. Da mesma maneira, nenhum alimento  e “bom” ou “mau”. Se você oferecer a seu filho um alimento que contenha mais gordura ou açúcar, selecione outros com menor densidade. Todos os grupos da pirâmide podem compor um planejamento saudável de alimentação.

Procure variar entre os itens de cada grupo se você ofereceu cenoura rica em vitamina A, no almoço, ofereça tomate rica em vitamina C no jantar, e assim por diante.

 Seu filho está crescendo bem? Se ele estiver, é porque provavelmente está comendo direitinho!!!

Nutr.Thaís B. Ibitinga

quarta-feira, 9 de março de 2011


COMO DEVE SER ALIMENTAÇÃO DO MEU FILHO APÓS SEU NASCIMENTO??

Nos primeiros 6 meses de vida do bebê o leite materno deverá ser o único alimento oferecido. Não é necessário nem mesmo água ou chás. Ele oferece uma fonte de nutrientes especialmente adaptados às condições digestivas e metabólicas da criança. Oferece ainda, proteção contra algumas doenças, estabelece um forte vínculo entre mãe e filho e previne doenças cardiovasculares na vida adulta da criança. O leite materno é adequado e garante o crescimento e desenvolvimento adequados da criança nesta fase da vida. A amamentação deve ser livre demanda sem horários específicos, em posição confortável para a mãe e para o bebê, todo o corpo do bebê deve estar junto ao da mãe, boca junto ao seio desaparecendo toda a aréola (parte mais escura do seio) e bebê tranquilo, deve-se sempre esvaziar uma mama antes de oferecer a outra. O estado nutricional da mãe tem influência direta na amamentação exigindo uma quantidade adicional de calorias, para que a produção de leite seja adequada.

 A orientação do período exclusivo da amamentação é dada pelo Ministério da Saúde e também pela Organização Mundial da Saúde.

 Na impossibilidade ou dificuldades de amamentar o recém-nascido deve-se procurar um profissional capacitado para orientar a melhor conduta: nutricionista, pediatra ou um profissional do banco de leite humano ou posto de coleta.

 A partir do 6º mês torna-se necessário complementar a dieta da criança com outros alimentos. Lembrando que não é para SUBSTITUIR o leite materno e sim COMPLEMENTAR, pois o aleitamento materno deve ser mantido, sempre que possível, até os 2 anos de idade.

 Os novos alimentos devem ser oferecidos ao bebê gradativamente, sendo um alimento novo por dia, a fim de observar a tolerância pela criança. As papinhas de fruta poderão ser oferecidas 2 vezes ao dia enquanto que as papinhas de sal inicialmente poderão ser oferecidas apenas no horário do almoço e posteriormente, por volta do 8º mês de vida, oferecida também no jantar. Poderá ser elaborada pelos mesmos alimentos presentes nas refeições da família, porém, inicialmente, a consistência deve ser adaptada às condições da criança. Não deve ser muito mole, pois é necessário estimular a mastigação e os dentinhos que estão começando a serem formados. Portanto sugere-se amassar ao invés de liquidificar e com o passar do tempo substituir por alimentos picadinhos.

 As papinhas de sal devem conter um alimento de cada grupo descrito abaixo:

  • energia:arroz ou batata ou inhame ou mandioca ou angu ou macarrão, etc.
  •   proteína vegetal: feijão ou lentilha ou grão de bico ou soja, etc.
  •  proteína animal: carne ou ave
  •  vitaminas, minerais e fibras: couve / cenoura / espinafre / abobrinha / couve-flor / taioba / brócolis, etc.
 OBS: o sal e o óleo vegetal podem ser utilizados durante o preparo, porém, cuidado com as quantidades!!!

 Deve-se evitar oferecer à criança no primeiro ano de vida os seguintes alimentos: ovo (principalmente a clara), mel e outros leites que não o leite materno.

 A partir do momento que se inicia a alimentação complementar, torna-se necessário oferecer à criança água nos intervalos das refeições. A oferta de líquidos deve ser oferecida diretamente em copos, pois são mais higiênicos que mamadeiras, auxiliam no desenvolvimento psicomotor e não desestimulam a sucção ao seio materno.

 Deve-se dar atenção á higiene dos alimentos oferecidos, principalmente alimentos consumidos crus como frutas e hortaliças e também aos utensílios utilizados no preparo das refeições. Tudo deve ser muito bem higienizado para evitar qualquer dano à criança.



 É importante salientar que qualquer alimento industrializado/artificial deve ser evitado porque o intestino da criança ainda está imaturo. Em geral, esse grupo de alimentos contém conservantes / corantes / aditivos que devem ser evitados pelas crianças. Uma alimentação saudável, variada e o mais natural possível seria o ideal!!

 DICAS:

 Se houver recusa da criança à oferta de um novo alimento, não forçar. Porém, em outras oportunidades deve-se oferecê-lo novamente, pois a criança está em um processo de aprendizado e repetir o mesmo alimento para a criança é necessário. Pesquisas indicam que uma criança pode provar até 10 vezes o mesmo alimento para poder aceitá-lo.

 Permitir, sempre que possível, que a criança segure o copo, use a colher e as mãos para manusear o alimento, contudo sempre sob vigilância. Esse contato permite à criança treinar a coordenação motora mão-boca, treinar preensão de objetos e conhecer texturas.

 Variar a forma de apresentação e preparo da refeição. Deve ser sempre colorida, com os alimentos colocados separados evitando misturá-los. Assim melhoramos o aspecto psicossensorial e prevenimos a monotonia, além da criança ir conhecendo os alimentos.

 Os horários das refeições da criança devem ser um momento agradável para que ela associe a uma atividade prazerosa. Entretanto, não se deve permitir que a criança realize outras atividades durante a refeição como correr, brincar ou assistir televisão.

 É importante ressaltar também que, a partir dos 6 meses, existe a necessidade de outros nutrientes que não são encontrados no leite materno. Esse período coincide com o amadurecimento do estômago e intestino, já prontos para receber outro tipo de alimentação, evitando qualquer tipo de distúrbios alimentares e reações alérgicas.

Qualquer bebê reconhece os quatro sabores básicos: doce, amargo, salgado e ácido.

 Doces

 Logicamente, os bebês têm preferência pelo sabor doce, sabor do leite materno. Por esse motivo, os primeiros sucos e papinhas devem ter um sabor preferencialmente doce para a criança se adaptar mais facilmente à nova alimentação.

 Outra dica é oferecer à criança frutas e hortaliças para serem experimentadas uma a uma, para que ela se habitue a novos sabores. Após a apresentação individual das frutas, misture os ingredientes. Não é necessário adoçar o suco, o açúcar poderá ser prejudicial na hora da aceitação da papa salgada e nos hábitos alimentares saudáveis da criança.

 Após a introdução do suco, a papinha de fruta (amassada ou raspada) pode ser incluída no cardápio como o lanche da tarde. Essa papinha favorece o trabalho intestinal.

 Salgados

 A refeição salgada é oferecida no almoço quando a criança estiver habituada com os sabores doces, mais ou menos um mês após a papa de frutas. O tempero deve ser leve (óleo, sal e cebola).

 Assim como com as frutas, os legumes também deverão ser introduzidos um a um. “Fica mais fácil identificar alguma intolerância ou alergia”.

 Começando com legumes mais doces como mandioquinha, cenoura e beterraba, a aceitação da papa salgada poderá ser mais rápida. Evite incluir a clara de ovo na refeição antes dos 10 meses de vida da criança, pois esse componente pode trazer risco de alergia.

Evite liquidificador

 Os ingredientes devem ser cozidos e amassados no garfo ou passados na peneira para que a mastigação seja treinada e os músculos faciais sejam trabalhados, de forma que não ocorram problemas de fala futuramente.

 A partir do nono mês, pedaços de legumes e carnes já podem ser oferecidos. Peixes também já podem ser incluídos no cardápio. A alimentação fica cada vez mais sólida. Finalizado o primeiro ano de vida, a criança conhece todos os grupos alimentares com seus gostos e sabores.

 O estímulo para a ingestão precoce de alimentos sólidos pode causar distúrbios alimentares no bebê,como perturbações do apetite devido à intolerância digestiva, diminuição da absorção dos nutrientes do leite materno e um maior risco de sensibilização alérgica.

 A imaturidade do reflexo de deglutição, e o risco de sobrealimentação que promove a obesidade são outras das desvantagens da introdução precoce da alimentação.

 Por outro lado, a introdução tardia da alimentação complementar também é capaz de levar à desaceleração do crescimento e diminuição da resistência imunológica.

Nutr. Cinthia Alves e Nutr. Thaís Ibitinga

quarta-feira, 2 de março de 2011


Como deve ser a minha alimentação na gravidez?

A grávida carrega dentro de si um outro ser, no entanto a velha idéia de que tem de "comer por dois" é totalmente incorreta. Pelo menos três meses antes de tentar engravidar, a mulher deve aproximar-se o máximo possível do peso ideal, pois não é aconselhável emagrecer durante a gravidez.
A  nutrição desempenha um importante papel na gestação. Foi demonstrado através de testes laboratoriais que dietas deficientes causam efeitos prejudiciais tanto à mãe quanto ao feto. A má nutrição materna pode ser uma causa de deficiência no crescimento, resultando em bebês pequenos e de baixo peso. 
A grávida deve seguir uma dieta equilibrada e variada, rica em fibras, frutas e legumes e baixo teor de gorduras saturadas. Deve priorizar a qualidade e não a quantidade.

As conseqüências da má nutrição para o feto dependem do período, severidade e duração da restrição dietética. Adicional energia, proteínas, vitaminas e minerais são requeridos durante a gravidez para suportar a demanda metabólica da gravidez e do crescimento fetal. 



Em relação as energias: Quotas Dietéticas Recomendadas (RDAs) é necessário um adicional de 200 a 300 kcal no período da gestação, em especial no segundo e terceiro trimestre.

Em relação as proteínas: Sabemos que as PTN são essências para o desenvolvimento dos tecidos. É importante compreender que é importante adequar a alimentação em relação a  energia e proteína. Para garantirmos uma gestação saudável, ocorre a necessidade de uma ingestão de vitaminas e minerais dietéticos e/ou suplementados.

Em relação as vitaminas e minerais: Na gestação, podemos dar maior ênfase ao acido fólico, acido ascórbico, vitaminas B6, A, D, E, K, cálcio, fósforo, ferro, zinco, cobre, sódio, magnésio, flúor e iodo. Para suprir as nossas necessidades é extremamente importante uma alimentação diversificada incluindo cereais, produtos integrais, oleaginosas, frutas, legumes, verduras, laticínios e carnes nas quantidades recomendadas. Os minerais e as vitaminas possuem funções específicas que garantem a saúde da mãe e o perfeito desenvolvimento fetal. É fundamental que a "futura mamãe" tenha hábitos alimentares saudáveis e "escolha" os alimentos corretamente garantindo a ingestão de todos os nutrientes necessários.

Em relação ao cálcio: Esse mineral é necessário para o desenvolvimento dos osso do bebê e também ajuda a prevenir que a mãe venha a ter problema de fraqueza nos ossos depois da gravidez. O Cálcio suficiente para o bebê, ele por sai vez vai se utilizar das reservas maternas para satisfazer as suas necessidade de desenvolvimento deixando e mãe em condições inapropriadas para a sua saúde futura.

E a atividade física como devo fazer, quais as recomendações?

Muitas mulheres gestantes são dedicadas esportistas, e uma dúvida muito frequente é saber até que ponto o esporte ou qualquer outra atividade física pode ser praticada durante a gravidez. A grande maioria dos ginecologistas acreditam que a prática de exercícios físicos durante a gestação é muito importante para o bem estar da mulher, por seus inúmeros benefícios: melhora a circulação sanguínea, alivia as dores lombares, fortalece a musculatura, ajuda os problemas de sono, promove um aumento mais gradual do peso, entre outros. O importante é conversar com seu obstetra sobre quais atividades físicas são as mais indicadas e qual a intensidade e duração das mesmas. É óbvio que são desaconselháveis esportes violentos ou perigosos como lutas marciais, esqui aquático, mergulho, e qualquer tipo de atividade física que provoque um desgaste muito intenso. Os mais aconselháveis são: caminhadas, natação e ginástica para gestantes, exercícios de relaxamento.

Portanto...O controle do peso é uma das principais preocupações de toda mulher ao engravidar, no entanto, o período exige cuidados com os ingredientes consumidos. Uma alimentação correta durante este período especial da mulher pode fazer diferença na balança e, mais do que isso, diminuir muitos desconfortos comuns na gestação. A alimentação ainda tem papel fundamental no desenvolvimento físico-emocional da criança e também na produção do leite materno. O ganho de peso deve ser gradativo e não ultrapassar os 12 kg, o necessário para suportar as modificações do corpo da mãe, do bebê e para a amamentação.


Resumindo...
Nutrientes essenciais que a mulher deve consumir durante a gravidez

1- Proteína: laticínios, carne magra e arroz com feijão;
2- Ferro: carnes, feijão e lentilha;
3- Cálcio: laticínios magros e verduras de folhas escuras;
4- Ácido Fólico: brócolis, laranja, banana e cereais integrais;
5- Vitamina B12: produtos de origem animal;
6- Vitamina C: acerola, kiwi, limão e laranja.

Nutr. Thaís Ibitinga